terça-feira, 15 de março de 2011

IMPERIALISMO > conceito: é um capitalismo na fase de desenvolvimento, quando tomou corpo a dominação dos monopolios e do capital financeiro.
1. Imperialismo (1870-1914), uma definição: É o movimento do grande capital financeiro europeu em busca de novos mercados tanto na Ásia, África e na América Latina. Os Estados europeus eram o grande instrumento desse movimento, em que em alguns casos, houve ocupação militar e em outros, apenas entrada de capitais. O Imperialismo teve a sua arrancada com a crise e superprodução de 1873, que leva o grande capital europeu a buscar novos mercados, matérias-primas e escoadouros para o excesso de capital na Europa. Não é à toa que a presença das empresas é maior que a dos governos nas colônias imperialistas.
2. O Imperialismo na África: . Quadro geral da África antes do Imperialismo: O continente é diverso antes das incursões européias. Na região mediterrânea, existia o grande e decadente Império turco-otomano. Outras regiões litorâneas da África foram colonizadas desde os tempos do velho colonialismo, como Angola e África do Sul. Mas a maior parte da África não tinha qualquer dominação estrangeira, tendo a sua lógica geopolítica e social própria.
. Justificativa ideológica do Imperialismo: Os países europeus davam várias desculpas para legitimar e explicar a invasão dessas regiões. As principais eram: a missão civilizatória feita por povos civilizados sobre os povos bárbaros, a divisão das riquezas materiais do mundo, a evangelização cristã de povos que não conheciam a verdadeira religião e a superioridade racial dos povos brancos sobre os povos preto e amarelo.
. A divisão da África: Na colonização da África, feita antes da asiática, apenas os povos europeus participaram. Os principais certamente eram Inglaterra e França, que dominavam a maior parte do continente. A Alemanha, também importante, chegou atrasada na corrida imperialista, por isso, não conseguiu muitos e bons territórios. Portugal e Itália foram convidados pela Inglaterra a participar da corrida para que a França não dominasse regiões muito vastas e para constituírem estados-tampões entre territórios britânicos e franceses, grandes rivais na corrida imperialista.
. Rivalidades entre europeus na conquista: Apesar do constante diálogo, dos estados- tampões e dos congressos – como o de Berlim em 1885 que tentava resolver os problemas na dominação na África subsaariana –, houve uma série de pontos de confronto entre os europeus na África e na Ásia também, o que constitui a principal causa da Primeira Grande Guerra. Alguns deles são: a Inglaterra desejava construir uma ferrovia ligando a sua colônia do Egito à África do Sul, o que era barrado pela Alemanha; a França queria construir uma ferrovia cortando todo o Saara, o que foi barrado pela Inglaterra que dominava o Egito e o Sudão; França e Inglaterra brigavam pelo controle do canal de Suez e pelo controle do Egito e do Sudão.
3. Conseqüências e resistências à dominação: . Conseqüências da dominação para os africanos: Os povos da África foram deslocados de suas terras para dar lugar a minas e plantations exportadoras, onde ainda tinham que trabalhar em condições lastimáveis e, muitas vezes, em regimes compulsórios. A produção de alimentos em todo o continente foi completamente desorganizada, dando início aos sérios problemas de fome que remetem às fomes vividas hoje em dia. Os europeus ainda cobravam impostos em dinheiro dos africanos em economias não monetárias, obrigando os africanos a trabalharem, muitas vezes para os europeus, para poderem pagar os impostos. As culturas africanas foram consideradas inferiores e cultura e línguas européias foram impostas aos povos dominados. Havia, ainda, em muitas regiões um sistema de discriminação racial, o apartheid – como na África do Sul – que considerava os africanos seres humanos de segunda classe.
Resistências e revoltas: Em todo o continente, durante e depois da ocupação, explodiram revoltas e movimentos de resistência contra a invasão e as medidas colonizatórias. Houve revoltas à própria chegada dos europeus como a revolta zulu no Sul da África ou revoltas acontecidas depois da instalação dos europeus, como a sudanesa e a etíope, que conseguiram criar por determinados períodos países livres do jugo europeu.
4. O Imperialismo na América Latina: Além da África e da Ásia, onde houve colonização com invasão militar, houve também presença imperialista na América Latina, só que sem uso de forças militares. Eram exportações de capitais para esta região, que transformavam aquelas economias em dependentes das economias européias. As economias latino-americanas eram especializadas na produção e exportação de artigos primários e importavam produtos industrializados e capitais europeus, sob a forma de empréstimos, construção de ferrovias, telégrafos etc.
O Imperialismo na Ásia 1. Parâmetros do Imperialismo na Ásia: Assim como na África, o Imperialismo na Ásia tinha o mesmo motivo e objetivo. Era o extravasamento dos grandes capitais saturados do mercado europeu. Diferentemente da dominação econômica na América Latina na mesma época, aquela dominação na Ásia acontecia muitas vezes acompanhada de dominação político-militar. Mais do que a África que não tinha um grande mercado consumidor, mas sim muitas matérias-primas –, a Ásia era o principal objetivo da expansão européia, já que lá havia um grande mercado consumidor, com uma população muito grande e economias mais complexas do que as africanas.
2. A presença na Ásia: . Os países imperialistas na Ásia: As principais potências européias que se encontravam na África estavam também presentes na Ásia, como Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha. Mas outras potências também estavam lá: é o caso da Holanda, que desde tempos do antigo colonialismo, domina a Indonésia; o Japão, que a partir da Guerra russo-japonesa de 1905 inicia a sua expansão imperialista; os EUA, que chegaram atrasados no Imperialismo em 1898 e só tinham territórios na Ásia; e ainda a Rússia, que exercia uma dominação que não se caracterizava muito bem como imperialista.
Japão: Na primeira metade do XIX, a impressão que se tinha era que o Japão poderia ser mais uma futura colônia imperialista dos europeus na Ásia. Sua sociedade era feudal e o país era em geral mais atrasado do que a China. Os norte-americanos fizeram uma forte intimidação no país, fazendo os chamados acordos desiguais de comércio. A partir de 1868, inicia-se o fim do feudalismo no país com a unificação do país sob a liderança do imperador, que inicia um processo de modernização do país, é a chamada Era Meiji – era iluminada. As reformas que visam a ocidentalização incluem uma reforma monetária, militar, o envio de jovens japoneses aos centros de estudo do Ocidente e um incentivo muito forte à educação e à industrialização. O Japão se moderniza e industrializa-se, ficando imune à dominação ocidental. Em 19045, o Japão vence a guerra contra a Rússia e passa a dominar a Coréia e o Sul da Manchúria, na China, dando início à sua expansão imperialista.
. Imperialismo norte-americano: Desde as primeiras décadas do século XIX, os EUA mostravam interesse pela região do Pacífico. Acabaram sendo os principais responsáveis pela não divisão da China em protetorados, deixando-a livre para a penetração de qualquer país. A partir da vitória na guerra contra a Espanha em 1898, os EUA passam a dominar as Filipinas, tendo então uma forte penetração na Ásia.
. Imperialismo russo: A dominação russa na Ásia é bem anterior a das outras nações européias. A dominação russa na China, no Afeganistão, Coréia, Pérsia não caracterizam o Imperialismo praticado pelos outros países. A Rússia era um país mais atrasado e não tinha capitais para exportar para outras regiões, ela mesmo era um escoadouro dos capitais da Europa Ocidental, principalmente o capital francês. Trata-se, portanto, de um Imperialismo menos sofisticado que os exercidos por Inglaterra, França, EUA e outros.
. A Índia: A dominação inglesa na Ásia tem como principal colônia o continente indiano. Era essa na verdade, a principal colônia inglesa. Os ingleses para dominar essa vasta região, antes dominada pelo frágil Império Mogol, aliando-se aos chefes locais. A dominação não foi feita de uma vez, mas foi fruto de um longo processo. A agricultura no país, que antes era muito bem organizada, com alto grau de produtividade, foi desorganizada pelos colonizadores ingleses, com a introdução, por exemplo, de plantações de ópio com produção voltada para a China. Deram-se, por isso, as grandes crises de fome no país.
. A China: Antes da chegada dos europeus, os chineses viviam sob jugo da dinastia estrangeira Manchu. O fato de o país viver sob o domínio de uma dinastia estrangeira explica em grande parte a fragilidade do país à dominação estrangeira. O Sul do país, onde estão Macau, Cantão e Hong Kong sempre foi ma região mais aberta aos ocidentais, os quais os chineses em geral desprezavam, achando-os inferiores à cultura chinesa. A abertura do país se dá à força com as duas guerras do ópio, que opuseram o Império Celestial à Inglaterra. A primeira (1839-42), com vitória inglesa, obriga os chineses a abrir os portos ao Ocidente e doar Hong Kong para os ingleses por algo como 150 anos. O país deve pagar uma indenização de guerra e os ingleses detêm o controle das exportações e importações locais. A partir disso, todos os países ocidentais vão investir e exportar produtos para a China. Há a construção de várias ferrovias, que desorganizam o espaço chinês, destruindo a agricultura de alguns lugares. Várias são as revoltas contra os ocidentais e a dinastia estrangeira.

FATORES DETERMINATES:

-procura de novas fontes de materia prima
-procura de novos mercados
-grande aumento populacional na Europa
-desejo de aplicar os capitais excedentes
-progressos tecnologicos

Um comentário: